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Descobrindo Girard

Michael Kirwan

Este livro é uma importante contribuição para descobrir e desvendar melhor as nuances da obra de René Girard , autor que há mais de quarenta anos vem escrevendo um “thriller” sobre cultura, violência e o sagrado. A abordagem do livro é simples e direta sem se perder na superficialidade.

Há mais de quarenta anos o crítico cultural franco-americano René Girard vem escrevendo um “thriller” sobre cultura, violência e o sagrado. De fato, em uma dúzia de livros e em numerosos artigos e entrevistas, ele parece deslocar-se obsessivamente para trás e para frente entre algumas ideias-chave – como um detetive ou um espião, procurando pistas vitais.

A questão que o atormenta é tanto antiga como relevante: O que estamos fazendo da religião? O que devemos fazer com a religião? Isso significa questionar a origem e a função da religião, assim como enfrentar um curioso paradoxo. O paradoxo é o seguinte: nas sociedades pré-modernas, a religião era aceita como uma força que unia a sociedade e lhe conferia coesão (a palavra latina é religare, “vincular”). Contudo, na era moderna, a religião é tratada, em geral, com ansiedade e suspeita, uma vez que é vista como fonte de divisão e conflito. Para a maioria das pessoas, hoje a religião é mais segura quando vista como uma questão de interesse puramente privado. Girard fornece uma forma de entendimento desse paradoxo, embora seja um tema que ele acredita poder ser abordado apenas de forma indireta. Para muitos que tentaram engajar-se com seu trabalho, não surpreende que Girard admita que há em seu estilo uma dificuldade e uma obliquidade necessárias. Se as coisas se tornam mais fáceis ao ler Girard, com o mesmo prazer com que lemos O Espião que Sabia Demais ou um clássico da Agatha Christie, é outra questão.

Essa comparação intrigante não deve nos induzir ao erro de vermos o trabalho de Girard como entretenimento ou escapismo literário. A verdade é precisamente o oposto: a emoção do trabalho de Girard é a possibilidade de alcançar compreensões originais e desafiadoras sobre alguns dos problemas mais agonizantes do mundo contemporâneo. Será que podemos aprender algo sobre a complexa relação entre modernidade secular e o terrorismo de inspiração religiosa que deu origem à atrocidade do 11 de Setembro? Ou sobre padrões de provocação e resistência enraizados e ritualizados em conflitos de longo prazo como o da Irlanda do Norte ou a luta pela Palestina? Ou sobre as amargas polêmicas referentes à “sacralidade” da vida e aos “direitos” reprodutivos nos Estados Unidos? Ou sobre os tipos de estigmas sob os quais vivem as pessoas com HIV/Aids? As dolorosas questões sobre a relação ambígua entre a religião e as diferentes formas de violência não são, de forma alguma, novas, mas desde 2000 chamaram nossa atenção de forma particularmente feroz. De fato, o trabalho de Girard antecipou em quatro décadas esse recente desenvolvimento – todas as questões acima mencionadas foram abordadas quer pelo próprio Girard, quer por pensadores inspirados nele, que usaram a mesma abordagem teórica que Girard tem desenvolvido.

Este livro é uma importante contribuição para descobrir e desvendar melhor as nuances da obra girardiana, de forma simples e direta.

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