O Tempo das Catástrofes
Quando o Impossível É uma Certeza

Neste livro, o leitor vai mergulhar em águas profundas na companhia de pensadores como Henri Bergson, Ivan Illich, Gottfried Leibniz, Hans Jonas, Friedrich von Hayek, John Rawls, Heinz von Foerster e outros. Vai refletir com Jorge Luis Borges e o profeta Jonas. Para iluminar a aproximação com alguns dos insights mais notáveis desses pensadores e para tecer um fio inesperado de conexões entre eles.

O autor quer que levemos a sério a possibilidade de catástrofes bem reais, e até aniquiladoras, acontecerem no nosso mundo. E assume, sem vergonha, o rótulo de “profeta da catástrofe”. Mas não porque ele queira que elas aconteçam. Precisamente é para que não aconteçam, e para que as profecias resultem erradas. A proposta dele é nos levar a um entendimento crítico do fatalismo, da preguiça e de nossa frivolidade.

De todos os autores estrangeiros cujos livros estão sendo publicados na Biblioteca René Girard, Jean-Pierre Dupuy talvez seja aquele que menos necessidade tenha de ser apresentado ao público leitor brasileiro. Não somente por ter morado aqui vários anos, como também por ter família brasileira e ser um visitante regular em nosso meio. Aqueles que seguem a vida cultural e intelectual do país já tiveram múltiplas oportunidades de ouvi-lo em palestras e seminários realizados quase todos os anos no Rio de Janeiro, em São Paulo, em Brasília, em Belo Horizonte e outras capitais nacionais. Quem aproveitou essas oportunidades conhece desde já o papel de destaque de Dupuy na vida intelectual francesa.

Todo esse empenho está a serviço de uma proposta muito urgente, que é chamar a atenção para o incrível desafio que representa assumirmos a responsabilidade pela nossa esperança; e ao mesmo tempo facilita o esforço de higiene mental que é mister para que habitemos essa esperança de maneira razoável. Jean-Pierre Dupuy quer que levemos a sério a possibilidade de catástrofes bem reais, e até aniquiladoras, acontecerem no nosso mundo. E assume, sem vergonha, o rótulo de “profeta da catástrofe”. Mas não porque ele queira que elas aconteçam. Precisamente é para que não aconteçam, e para que as profecias resultem erradas. A proposta dele é nos levar a um entendimento crítico do fatalismo, da preguiça e da frivolidade daquilo que passa por pensamento a respeito do futuro nas nossas sociedades industrializadas. A urgência vem do fato de ele ter um entendimento nada confortável daquilo que nos faz seres humanos. Junta-se a isso um senso muito amplo de tudo que fazemos na busca pela liberdade – mas que tende, de fato, a reduzi-la – e de como é imensamente arriscada a aventura da liberdade e da contingência na qual nos encontramos, mais ou menos dispostos a aceitar o desafio.