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Benoît Chantre

 

 

De Rematar Clausewitz a Mentira Romântica e Verdade Romanesca: uma luz retrospectiva sobre toda a obra de Girard

       Benoît Chantre

Chantre pretende mostrar que Rematar Clausewitz é a conclusão lógica da obra de Girard, e também que essa conclusão nos faz retornar de uma maneira muito significativa para Mentira Romântica e Verdade Romanesca, primeira obra de Girard. Depois de recordar a análise do ressentimento que a teoria mimética implica e de mostrar como essa forma de pensamento se encaixa no conceito de guerra de Clausewitz, Chantre sugerirá que as relações morais, como René Girard nos ajuda a repensar sobre elas, implicam ir além do heroísmo. O ato terrorista é de fato o sinal de desintegração da instituição da guerra, que existiu durante séculos para “conter” a violência humana e permitir que a política desse um sentido a ela. Esse significado correspondia ao modelo heroico típico de sociedades hierárquicas. Esse modelo não é mais aplicável na era das chamadas guerras “democráticas”. O que René Girard nos diz em Mentira Romântica e Verdade Romanesca sobre as relações humanas corroídas pelo “desejo metafísico” ilumina de forma surpreendente, mas lógica, a atitude imprevisível do que Clausewitz chama de “massas”. Essa é a ameaça crescente que paira no nosso mundo em que conflitos tradicionais recuaram, mas a lógica do ressentimento é usada de uma forma sem precedentes. Essa ameaça pede um despertar moral abrupto. 

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