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Gabriel Andrade

 

 

Girard para os Não Religiosos

       Gabriel Andrade

Em junho de 2002, depois de ter lido vários livros de Girard, Andrade assistiu, na Universidade de Purdue, a uma das conferências anualmente organizadas por COV&R. Essa experiência foi maravilhosa, pois, além de ter conhecido James Alison, ele pôde conhecer mais profundamente a obra de Girard. Apesar de ali ter conhecido pessoas brilhantes e extremamente amáveis, Andrade percebeu que não me sentiu plenamente integrado com as pessoas de COV&R. Para ele, essa falta de integração se devia ao fato de que a maioria das pessoas que assiste a essas conferências tem convicções cristãs firmes e uma boa parte delas, inclusive, é constituída de clérigos ou frequenta ativamente a Igreja.

O próprio Girard, certamente, é uma dessas pessoas. Segundo o que ele mesmo confessa, ele vai à missa todos os domingos e ouve a missa em latim. E, sem dúvida, sua obra é uma apologia eloquente do cristianismo. De tal maneira que parece bastante natural que padres, pastores e ministros tenham grande interesse por sua obra.

Gabriel Andrade afirma ter sérias dúvidas sobre a existência de Deus. Para ele, em primeiro lugar, nenhuma doutrina deve ser aceita na base da fé, e isso inclui a crença em Deus pela fé. Ele está disposto a fazer uma defesa do apóstolo Tomé: para crer em algo é necessário contar com a evidência ou algum indício racional a favor dessa crença (acrescentando que obviamente acredita que a história sobre Tomé é fictícia). Andrade evoca a famosa frase de Carl Sagan: “as declarações extraordinárias requerem evidência extraordinária”. Diante da fé, ficamos despojados de um critério firme para distinguir o verdadeiro do falso, e no fim, vale tudo. Se, pela fé, é legítimo acreditar que Maria subiu ao céu, o seu corpo e a sua alma, por que não é legítimo aceitar também pela fé que Joseph Smith recebeu as tábuas douradas do anjo Moroni?

Gabriel Andrade propõe fazer com Girard o mesmo que Thomas Jefferson fez com a Bíbliano século XVIII. Jefferson editou a Bíbliae tentou tirar dela todas as passagens que fizessem referência a eventos sobrenaturais. Sua intenção é secularizar a teoria mimética. Há aspectos na obra de Girard que são extremamente apreciáveis e uma pessoa secular se beneficiaria com eles. Porém, mesmo assim, Girard muitas vezes chega a conclusões que uma pessoa com uma visão materialista e ateia (ou pelo menos agnóstica) simplesmente não pode aceitar. Dessa forma, Andrade afirma ser necessário expurgar o religioso na teoria mimética.

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